domingo, 27 de julho de 2008

Na multidão...te procurei, e ainda procuro!



No obscuro das sobras daquela multidão...
...fiquei perdido, mas não porque havia me perdido,
perdi-me pois te procurava e jamais te encontrava.
Clamava teu nome ao vento com sussurros, para que o vento polinizasse o nosso amor. Por várias vezes esticava o pescoço, pra ver se conseguia olhar-te, mesmo que fosse seus cabelos, mas desejaria olhar.
Como parado não estava conseguindo te encontrar...resolvi dar voltas. Resolvi procurar-te nos quatro cantos daquele espaço, mas não te encontrava.
Passei então a gritar teu nome, já que o vento não fazia a parte dele, se quisesse te ter pelo menos mais uma vez em meus braços, teria que te procurar, teria que te encontrar, teria que fazer a minha parte. Porém, grande era o barulho que te impedia que ouvisse minha voz de aflito no meio daquela multidão. Mesmo com mais um obstáculo, não desistir de te procurar.
Continuei a rodar naquele mundo que me deixava cada vez mais tonto e mais aflito...
Até que em um certo momento percebi que meus lábios estavam ressecados, meu estômago "grunhia" como um cão faminto, meus pés calejavam e meu corpo sucumbia de cansaço...até que desistir...
Isso foi o final da primeira noite de busca...

Na segunda noite, menti, enganei e driblei diversas situações para que nada pudesse me impedi de te encontrar.
Continuei minha incansável procura por você, mas nada...percorri caminhos difíceis, incertos e inseguros. Andei por ruas escuras, perigosas, à sua procura. Fiquei em cantos, para vê se te encontrava igual a primeira vez, mas nada de você aparecer.
Tudo me levava a crer, que você estaria naquela multidão, naquele espaço a qual todos procuravam, assim minha busca tornava-se mais difícil. Mas nada deixaria eu desistir.
Por diversas vezes dei voltas, falei que estava com amigos, à pessoas estranhas, para que ninguém pudesse me deter, para que ninguém me distraísse do meu objetivo, me desviasse.
Olhava para o relógio, e via as horas passar cada vez mais, e percebia que ficava muito mais tarde.
A noite era testemunha da minha incansável procura, que nunca cessava...e em algum lugar ela também te olhava, só que silenciosa como estava, mediante ao barulho que ecoava das festas, não conseguia lhe falar nada, ou até falava, mas você não conseguia escutar.
Aos poucos a noite sucumbia, e com ela, eu também falecia aos poucos, de cansaço, de angústia, de desespero.
Mesmo assim continuava a procurar-te.
Várias pessoas me olhavam e percebiam em meu pranto, o desespero que me assolava. Entretanto, nenhum poderia me ajudar, só o acaso!
De repente, levantei meu rosto e vi...vi alguém ao longe.
Aproximei-me o mais rápido que pude. E a cada passo minha certeza aumentava, era você...só você. Desviava-me de tudo e de todos, e corria, andava, andava e corria.
Minha dúvida concretizava-me, metro a metro...percebi que entre você e eu tínhamos apenas os segundos como maior barreira, era o que nos separava. Minha busca enfim, havia acabado.
Você estava de costas...e minha ansiedade aumentou, minha mão suava.
Pus minhas mão em seus ombros, e pronunciei seu nome...
Aí você virou pra mim...e percebi...que minha busca não havia terminado, não era você!
Meu chão sumiu, e fiquei sem graça!
Naquele momento precisava bem mais de você do que no início. Não sabia o que fazer...
Encontrei amigos que relutavam que confessasse o que estava acontecendo, o que tinha me feito ficar triste...insistir em falar, só estava a procura de alguém...mas não encontrei!
Restou-me ir pra casa dormir e pensar, pensar no que fazer.

[...]

Hoje quando acordei, vi mais uma forma de tentar te encontrar, te procurar hoje...mas não pela última vez.

5 comentários:

Unknown disse...

Neeeeeeeeelson vc está me saindo um verdadeiro poeta hehehehe adorei viu? vou colocar nos meus favoritos aki =)
bjao

Tefy disse...

Aahh eu gostei, achei lindo!!
Continua assim, =)

=**

Fóssil disse...

Buscar é sempre melhor do que esperar algo cair do céu, desde que a vida não seja desperdiçada por inteiro na busca...

Hunf, eu poderia ser menos covarde e começar a procurar

Tá massa =]

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

maravilha.Você é poeta? Ou um fazedor de belas histórias?
Um grande abraço

Nelson Júnior disse...

não sei se poeta seria o melhor termo, não sei se contador também cairia bem...só sei que dou um pouco de vida a poucas e minunciosas palavras...só isso!! Valeu